A Associação Maranhense dos Produtores de Algodão (AMAPA), com o apoio financeiro do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), realizou, nos dias 19 e 20 de março, a Consultoria AMAPA. O trabalho contou com a presença do consultor Wanderley Katsumi, da Quality Consultoria, e teve como foco a avaliação das lavouras de algodão das associadas Palmeira, Parnaíba, Planeste, Flórida e Cabeceira Verde, juntamente com as equipes técnicas de cada propriedade.
Produzir algodão com regularidade e qualidade no Maranhão é um desafio, especialmente por ser uma região de transição climática e de solos. A construção da fertilidade do solo e o aumento da resiliência das plantas frente às adversidades climáticas e fitossanitárias são fundamentais para garantir bons resultados. A consultoria buscou avaliar o desenvolvimento das lavouras e os manejos adotados, além de interagir com as equipes técnicas para entender o ambiente produtivo e sugerir estratégias que aprimorem o processo produtivo e mitiguem riscos.
Dentre os principais pontos abordados, destacam-se a melhoria da estrutura física do solo para reduzir a compactação, otimizar a drenagem e aumentar a cobertura do solo por mais tempo. Além disso, foi discutida a escolha das melhores variedades de algodão, considerando as diferentes condições ambientais do estado, bem como a necessidade de aprimoramento no manejo fitossanitário, nutricional e de porte das plantas.
Com duas estações climáticas bem definidas e regiões que variam entre a influência amazônica a oeste e o semiárido a leste, o Maranhão apresenta diversas oportunidades para a cotonicultura.
Wanderley Katsumi destaca oportunidades e desafios.
Para o consultor Wanderley Katsumi, os resultados já obtidos indicam que o algodão é uma excelente alternativa para o Maranhão, mas o desenvolvimento de manejos que reduzam os riscos climáticos é essencial para garantir maior estabilidade produtiva e qualitativa. “A distribuição das chuvas impacta diretamente a produtividade. Se o período chuvoso se estender ou encerrar precocemente, as perdas podem ser significativas. Uma das estratégias mais eficientes para mitigar esse risco é melhorar a estrutura física do solo, permitindo maior infiltração de água e aprofundamento do sistema radicular. O solo da região tem boa capacidade de retenção hídrica, e sua correta manutenção pode fazer a diferença nos resultados.”
O especialista também ressaltou que os diferentes ambientes de produção no Maranhão permitem explorar diversas opções de plantio, incluindo a adoção do sistema irrigado, que não enfrenta as mesmas restrições de outras regiões produtoras do país. “Enquanto estados como Bahia, Goiás e Mato Grosso do Sul precisam limitar o plantio até fevereiro por conta do frio, no Maranhão, especialmente no centro-leste, o plantio irrigado se apresenta como uma excelente opção para uma cotonicultura de alta produtividade, qualidade e rentabilidade.”
Outro ponto levantado foi a necessidade de estratégias eficazes no combate a doenças, como a mancha-alvo, que encontra um ambiente propício para seu desenvolvimento na região. “O controle químico por si só não tem sido suficiente, especialmente sob condições climáticas desfavoráveis. É necessário combinar diferentes abordagens, como escolha varietal adequada, manejo do porte das plantas, definição da melhor época de plantio e a manutenção da cobertura do solo.”
Por fim, Wanderley reforçou a importância do investimento contínuo na capacitação das equipes técnicas e na melhoria da infraestrutura local, incluindo algodoeiras e canais de escoamento da produção. “A profissionalização do setor e o fortalecimento da infraestrutura são fatores determinantes para o sucesso da cotonicultura no Maranhão.”
Com iniciativas como a Consultoria AMAPA, a associação reafirma seu compromisso com o avanço sustentável e eficiente da cotonicultura no estado, buscando sempre soluções inovadoras para superar desafios e impulsionar o crescimento do setor.
No cerrado maranhense a AMAPA veste o branco do nosso algodão!
