O vazio sanitário do algodoeiro no Estado do Maranhão começou dia 1º de outubro e vai até 30 de novembro de 2021. Durante 60 dias fica proibida a existência de plantas vivas de algodão com risco fitossanitário no estado. A medida consta na PORTARIA Nº 497/GAB/AGED/MA, DE 13 DE JULHO DE 2018, visando prevenir a proliferação do bicudo do algodoeiro, pois é uma da medida de controle cultural e é obrigatória a destruição das plantas do algodoeiro com risco fitossanitário, por meio de controle químico ou mecânico, até o início do período estabelecido para o vazio sanitário vegetal no Estado do Maranhão. A eliminação de plantas voluntárias é de responsabilidade do proprietário, arrendatário ou ocupante a qualquer título de propriedade agrícola, que explore a cultura do algodoeiro.
Durante a rodada técnica efetuada em novembro nas associadas da AMAPA, observou-se que a destruição de soqueiras no geral não foram satisfatórias – a não observação dos diferentes aspectos técnicos que envolvem o processo de destruição, além de comprometer o agricultor, pode contribuir para a inviabilidade do algodão em nossa região. Essa prática deve ser realizada por todos os produtores logo após a colheita, no menor espaço de tempo possível.
Medidas a serem tomadas pelas associadas da AMAPA produtoras de algodão.
As medidas de manejo, desde o monitoramento até o controle da praga, devem ser adotadas por toda cadeia produtiva do algodão. Para ter sucesso no controle do bicudo-do-algodoeiro, as ações devem ser operadas de forma coordenada e aplicadas de maneira coletiva por região. Estas ações irão contribuir para a convivência com a praga, facilitando o manejo, resultando em menores custos de produção e maiores produtividades.
Realizar um bom manejo da praga no período de desenvolvimento da cultura, manter este manejo até o fim de safra, com monitoramento e aplicações corretas de inseticidas, mesmo em fim de ciclo do algodoeiro, não coloca a perder todo o trabalho realizado durante a safra.
O manejo de entressafra deveria ter sido adotado por todos de forma rigorosa, especialmente com relação às plantas espontâneas de algodão nesse período, que devem ser todas eliminadas, sejam tigueras, soqueiras ou rebrotas, independentemente do lugar que se encontra.
Deve-se manter as áreas com ausência de hospedeiro do bicudo na entressafra, através da eliminação de plantas de algodão de qualquer local (talhões, beira de estradas, algodoeiras, confinamentos), eliminando também plantas de algodão presentes em talhões cultivados com soja e milho.
As fazendas tiveram dificuldades para o controle da soqueira de algodão da safra 2021/22. Nas áreas onde a destruição foi mecânica ainda se encontrava soqueiras vivas. A baixa umidade do solo influenciou fundamentalmente na destruição química da soqueira. Em algumas áreas, onde foram realizadas duas aplicações de herbicida, foi necessário realizar uma terceira aplicação de 2,4 D.
Na maioria das vezes em que a soqueira estava com alto percentual de rebrota, a destruição foi realizada em duas aplicações com intervalo de 15 a 20 dias. Algumas propriedades não utilizaram inseticidas eficientes para o controle do bicudo nas aplicações para a destruição química da soqueira, perdendo uma grande oportunidade para reduzir a população do bicudo no final do ciclo.
Em algumas propriedades na região Gerais de Balsas, não houve dificuldade na destruição química, pois o clima favoreceu a rebrota; ao contrário da região Serra do Penitente onde o algodão atrasou o ciclo e a rebrota se encontrava em baixa quantidade, o que dificultou a destruição química em alguns talhões da região.
Para a safra 2021/22, foram armadilhadas todas as áreas que serão cultivadas com algodão na safra de verão e safrinha, porem os baixos níveis de captura de bicudos estão ocorrendo porque os insetos ainda encontram alimentos nas áreas onde a destruição foi ineficiente.
No cerrado maranhense a AMAPA veste o branco do nosso algodão.